sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Por traz da fumaça


Como forma de ação direta contra a facilidade com que jovens vem sendo atraídos para o vício do cigarro, a Anvisa ( Agência Nacional de Vigilância sanitária ) decidiu proibir a indústria tabagista de fabricar cigarros com sabores.

Entretanto, em meio a uma ação totalmente positiva em relação a saúde pública do Brasil, podemos encontrar uma grande perda de tempo. Com certeza o sabor do cigarro é a ultima coisa que faz jovens e adultos começarem a fumar. Tendo em vista que na maioria dos casos o cigarro surge como uma válvula de escape devido a grande sobrecarga de problemas que não passam de problemas sociais, é de fácil compreensão que se a pessoa não encontra uma forma de o fazer, fará de outra, e se a dependência já estiver a nível químico e psíquico, muito facilmente estes enfermos optaram para outro tipo de droga, seja lícita ou ilícita. 

Por outro lado, a opinião pública maquiada e sem fundamento que serviu de trampolim para a iniciativa da Anvisa, apela com o argumento de que a ideia de proibir os sabores irá dificultar os jovens de buscarem por experimentar o cigarro, e possivelmente se viciar. Além de jovens como exemplo, usam crianças e pré-adolescentes, com o pretexto de que ainda sendo menores de idade não podem decidir sobre o que é certo ou errado em suas vidas, e que a indústria tabagista não pode desfrutar dessa volubilidade de pessoas em fase de crescimento. Argumentos válidos, mas que não trazem a solução por si só, e nem mesmo justificam claramente o objetivo da proibição.

Todo tipo de droga, até mesmo os remédios, causam efeitos em nossos organismos, seja mental ou diretamente em nossos órgãos ou dores. As drogas lícitas também, e entre todas elas o álcool com certeza aparece como o maior agravante social.O álcool ultrapassa as barreias da saúde pública, ele expõem seus números nos gráficos da segurança pública também. Degenera, desequilibra e mata, não apenas quem consome. Mas qual é a iniciativa quanto a isso? Jovens e crianças também consomem álcool, e muitas vezes pelo mesmo motivo social que os usuários de cigarro. 

Maconha, cocaína, crack, heroína, todas essas drogas são consideradas ilícitas, de produção, venda e circulação proibida, mas ainda assim as utilizam, e em algumas cidades o fazem em praça pública a luz do dia. E dizer que o sabor delas é o que faz com que tantas pessoas tornem-se usuário das mesmas é argumento suficiente para criar um ponto a atacar, para reduzir o número de usuários? Com certeza não.



É necessário informação, e nem tão simplesmente sobre cigarros ou qualquer outro tipo de entorpecente. É necessário informação para colaborar com a necessidade de que cada casa precisa ter o pai e a mãe presentes no cotidiano dos filhos, sem violência, sem abuso, sem sobrecarga e sem fome. É necessário fazer uma revisão em todo o sistema que oprime pais de família, que os jogam em balcões de bar pra tentar fugir da realidade. É necessário ajudar pra que esses pais não cheguem em suas casas e surrem seus filhos, ou mal trate sua esposa. 

O problema é bem maior, e tem um gosto bem amargo , tão amargo que nenhum aditivo no cigarro conseguiria amenizar, então não percamos mais tempo com essa discussão, e vamos olhar estrutura toda, e quanto ao exemplo citado, lembrem-se que ele é apenas um dos vários motivos que levam as pessoas as drogas, a qualquer tipo de drogas. Ninguém procuraria nada nas ruas, se tivesse tudo o que precisa dentro de sua própria casa. E nem é preciso ser vítima desses problemas ou fumar, se a questão for argumentar contra essa proibição. 

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