quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Piracicaba: Mobilidade zero


Não é de hoje que Piracicaba pode ser comparada a grandes metrópoles pelo grande número de empresas, indústrias e de população. E esta população que não para de crescer, também não para de comprar carros e motos em geral, sendo que recentemente a redução do IPI em todo o Brasil tem colaborado muito para isso.

A quantidade excessiva de veículos pode se tornar um grande problema para o trânsito da cidade, que não possui vias preparadas para receber tal demanda. Isso pode ser notado com facilidade nas regiões onde não existia trafego pesado de veículos, mas que hoje em horários de pico acabam tendo grandes engarrafamentos. Regiões como as vias que ligam o centro da cidade à zona leste.

Av. Dois Córregos
Decorrente da quantidade de famílias que tem se mudado para áreas afastadas da cidade, na busca por bairros mais tranquilos, a zona leste hoje está comportando grande número de novos moradores, em loteamentos recentes ou em prédios recém inaugurados. Apenas na extensão da avenida Dois Córregos, que cruza os bairros Morumbi, Noiva da Colina, Parque Prezoto e Jardim Novo Iguaçú, é possível encontrar 4 novos condomínios. Novos moradores, novos carros, mais pessoas indo e voltando do trabalho no mesmo horário, e na maioria das vezes o labor destas pessoas é localizado na região central.
Os locais onde ocorrem o encontro de todos estes veículos antes de serem distribuídos entre as avenidas Dois Córregos, Dr. Cássio Pascoal Padovani e Rio das Pedras – vias de acesso à zona leste, é a avenida Piracicamirim. 

“ Em horário de pico o trânsito aqui é horrível, já vi acidente com motoqueiro, porque eles tem que cortar tudo mesmo, se não acabam ficando presos no trânsito igual aos carros. Acho que isso se deve ao aumento do número de moradores nesta região”, queixou-se Marcos, gerente de loja que fica localizada na avenida Piracicamirim. José Adão Ribeiro, 46, motoboy a 8 anos, diz que hoje em dia a procura por moto taxistas tem aumentado, porque com a moto é possível cortar o trânsito pelos corredores das avenidas. “ Já perdi amigos que trabalhavam com moto, devido a acidente de trânsito e quanto mais a cidade crescer, sem o amparo da prefeitura em relação ao trânsito, mais pessoas vão procurar por esta forma de se locomover, o que pode ser bem perigoso, tendo em vista a má formação dos condutores e as situações extremas em que somos colocados em horários de pico.”

Segundo o Departamento de Trânsito de São Paulo ( Detran-SP), hoje em Piracicaba existem 253.616 veículos licenciados para uma população de 364.571 pessoas. A parcela da população que não possui veículo pode ser considerada pequena. Como os problemas com o trânsito na cidade já são de conhecimento público, o secretário Paulo Prates, acredita que desde a criação do Ciet (Centro Infantil de Educação Para o Trânsito) , os problemas tendem a serem amenizados gradativamente. O Ciet busca educar crianças e adolescentes, como uma tentativa de fazer com que no futuro o trânsito seja melhor, principalmente com o respeito dos motoristas às regras de trânsito e ao CTB (Código de Transito Brasileiro).
Av. Prof. Alberto Vollet Sachs


Obras realizadas
Em 2010 foram realizadas obras para a duplicação da avenida Rio Das Pedras, que parte do cruzamento entre a avenida Professor Alberto Vollet Sachs e Piracicamirim, e cruza os bairros Parque Prezoto, Alvoarada, Sol Nascente e Pompeia. Ainda que a obra tenha sido realizada com o intuito de amenizar os problemas com o trânsito desta região, a obra teve impacto negativo junto à opinião pública, devido ao fato de que afetou uma área de preservação ambiental, e desviou o curso do manancial que percorre aquele trecho.

Av. Pádua Dias



Encontro das avenidas 

Sem rota alternativa
Uma forma de acesso rápido, que até recentemente colaborava com os motoristas para o acesso ao centro partindo da zona leste, é a rodovia Luiz de Queiroz, que termina na avenida Pádua Dias, que dá acesso as avenidas Independência, Carlos Botelho e Centenário. Mas hoje já podemos notar uma confusão de veículos, que se juntam no momento em que os carros que vem da av. Independência se cruzam com os carros que vem da rodovia Luiz de Queiroz. Muitas pessoas já tomaram ciência deste trajeto, na tentativa de facilitar a chegada ao trabalho, ou do retorno aos seus lares, logo já não resta nenhuma alternativa, se não por parte do poder público.


Mobilidade
Piracicaba, mesmo tendo vários grupos de pessoas se organizando para realizar passeatas, protestos e reenvidicações pela causa da mobilidade pública, tais como melhoria da pavimentação das calçadas, construção de ciclovias e até melhoria no transporte público, muito pouco é feito. Muitas pessoas compreendem a necessidade de deixar os automóveis dentro da garagem, mas não podem o fazer, a não ser que corram certos riscos em meio ao trânsito da cidade.




Lembre-se dela.


Ela é sua companheira. Com ela você pode espairecer,  junto a ela você pode conversar consigo mesmo. Ela pode não ser sua melhor amiga por não te responder as  vezes, quando você mais precisa, mas não é que dizem que uma ação vale mais que mil palavras? Ela pode te levar a todos os lugares que sua força de vontade queiram te levar, ela pode te fazer fugir do calor, pode trazer o vento pra sua cara. Sem ela, talvez você nunca teria tido uma infância tão divertida. Aposto que hoje, ela pode ser até um tanto esquecida, mas as cicatrizes no seu corpo, devido aos tombos que vocês levaram juntos, ainda estão ai, é só olhar pra relembrar e ver quanta história vocês tiveram.  Sim, hoje mais do que nunca, você e ela, rumando juntos pra qualquer lugar, podem significar uma forma de salvar o mundo. Lembre-se dela, lembre-se, por favor. Quando você fez 18 anos, e comprou um carro, tenho certeza que sua vida ficou mais fácil, mas também tenho certeza que tudo perdeu o valor, o apreço, e a intensidade. Lembre-se dela. Com ela, você pode melhorar o ar que respira, o ar que todos nós respiramos, com ela você pode entrar em forma, e dar mais vida ao seu corpo, com ela você pode encontrar seus limites, e desafia-los, com ela você pode sentir um pouco mais de vida, além de toda a rotina que a maturidade nos impõem. Sim, é ela mesma! Sua magrela, sua bike, sua BICICLETA. Nunca é tarde para se estar junto de uma velha amiga.

Prove que você quer estar vivo, e que quer sua cidade com o trânsito que possibilite a vida dos cidadãos, e não a sobrevivência. 

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Por traz da fumaça


Como forma de ação direta contra a facilidade com que jovens vem sendo atraídos para o vício do cigarro, a Anvisa ( Agência Nacional de Vigilância sanitária ) decidiu proibir a indústria tabagista de fabricar cigarros com sabores.

Entretanto, em meio a uma ação totalmente positiva em relação a saúde pública do Brasil, podemos encontrar uma grande perda de tempo. Com certeza o sabor do cigarro é a ultima coisa que faz jovens e adultos começarem a fumar. Tendo em vista que na maioria dos casos o cigarro surge como uma válvula de escape devido a grande sobrecarga de problemas que não passam de problemas sociais, é de fácil compreensão que se a pessoa não encontra uma forma de o fazer, fará de outra, e se a dependência já estiver a nível químico e psíquico, muito facilmente estes enfermos optaram para outro tipo de droga, seja lícita ou ilícita. 

Por outro lado, a opinião pública maquiada e sem fundamento que serviu de trampolim para a iniciativa da Anvisa, apela com o argumento de que a ideia de proibir os sabores irá dificultar os jovens de buscarem por experimentar o cigarro, e possivelmente se viciar. Além de jovens como exemplo, usam crianças e pré-adolescentes, com o pretexto de que ainda sendo menores de idade não podem decidir sobre o que é certo ou errado em suas vidas, e que a indústria tabagista não pode desfrutar dessa volubilidade de pessoas em fase de crescimento. Argumentos válidos, mas que não trazem a solução por si só, e nem mesmo justificam claramente o objetivo da proibição.

Todo tipo de droga, até mesmo os remédios, causam efeitos em nossos organismos, seja mental ou diretamente em nossos órgãos ou dores. As drogas lícitas também, e entre todas elas o álcool com certeza aparece como o maior agravante social.O álcool ultrapassa as barreias da saúde pública, ele expõem seus números nos gráficos da segurança pública também. Degenera, desequilibra e mata, não apenas quem consome. Mas qual é a iniciativa quanto a isso? Jovens e crianças também consomem álcool, e muitas vezes pelo mesmo motivo social que os usuários de cigarro. 

Maconha, cocaína, crack, heroína, todas essas drogas são consideradas ilícitas, de produção, venda e circulação proibida, mas ainda assim as utilizam, e em algumas cidades o fazem em praça pública a luz do dia. E dizer que o sabor delas é o que faz com que tantas pessoas tornem-se usuário das mesmas é argumento suficiente para criar um ponto a atacar, para reduzir o número de usuários? Com certeza não.



É necessário informação, e nem tão simplesmente sobre cigarros ou qualquer outro tipo de entorpecente. É necessário informação para colaborar com a necessidade de que cada casa precisa ter o pai e a mãe presentes no cotidiano dos filhos, sem violência, sem abuso, sem sobrecarga e sem fome. É necessário fazer uma revisão em todo o sistema que oprime pais de família, que os jogam em balcões de bar pra tentar fugir da realidade. É necessário ajudar pra que esses pais não cheguem em suas casas e surrem seus filhos, ou mal trate sua esposa. 

O problema é bem maior, e tem um gosto bem amargo , tão amargo que nenhum aditivo no cigarro conseguiria amenizar, então não percamos mais tempo com essa discussão, e vamos olhar estrutura toda, e quanto ao exemplo citado, lembrem-se que ele é apenas um dos vários motivos que levam as pessoas as drogas, a qualquer tipo de drogas. Ninguém procuraria nada nas ruas, se tivesse tudo o que precisa dentro de sua própria casa. E nem é preciso ser vítima desses problemas ou fumar, se a questão for argumentar contra essa proibição.